O bolsonarismo nunca existiu.

O bolsonarismo foi uma miragem, jamais chegou a ser sequer um movimento com um mínimo de organização.

O que se fortaleceu ao longo dos últimos anos não foi o bolsonarismo, mas seus aproveitadores.

A classe política brasileira sempre se dividiu entre conservadores, centro e progressistas, em suas diversas  graduações.

Mas havia uma maioria silenciosa de eleitores conservadores.

As redes sociais serviram para liberar essa grande fatia do eleitorado.

Nenhum político percebeu isso.

Nem Bolsonaro.

Inculto, burro, despreparado, chinelo, parvo, tosco e obtuso, Bolsonaro foi trazido ao centro do palco por programas humorísticos e popularescos, que gostavam de zombar dele.

Por ser o único a falar coisas que expressavam alguns dos sentimentos dessa maioria silenciosa, tornou-se um hub dessas ideias, atraindo as atenções e os votos desse público, mesmo sem ter planejado isso. 

Ser eleito presidente da República foi uma grande surpresa para ele mesmo.

Bolsonaro nunca enganou os conservadores, a direita como alguns dizem;  O conservadorismo foi quem escolheu ele. 

(Esclarecendo que direta e esquerda são direções geográfica e não posição e ideologia política). 

Totalmente incapaz, preguiçoso, inculto e despreparado, jamais teve a mínima condição de obter apoio verdadeiro e convicto das elites conservadoras, que nunca o apoiaram em seus devaneios em torno de uma DITADURA, algo que sempre defendeu.

Sorte nossa.

O eleitor apaixonado pelo conservadorismo ferrenho continuará se agarrando a ele não por achá-lo o ideal, mas por enxergar em sua figura patética, covarde, frouxa e inconsequente, a única liderança capaz de enfrentar a dominância cultural progressista que tanto detesta.

Bolsonaro será esquecido assim que esse eleitor vislumbrar alguém que concentre seus anseios, de preferência com um pouco mais de inteligência.

Vai ser difícil, pois o Brasil político é Centrão pela conveniência, conforto e paz do BOLSO.