Situação climática preocupa produtores de café
AGRO
Publicado em 02/12/2023

Já para o café conilon, a perspectiva para a atual temporada é de uma produção de 16,81 milhões de sacas, redução de 7,6% da safra passada. O aumento esperado na colheita de Rondônia, Bahia e Mato Grosso não compensaram as perdas de produtividade estimadas no Espírito Santo, maior produtor de conilon. “Durante o desenvolvimento do grão no estado capixaba, foram registradas condições adversas, principalmente as fases iniciais do ciclo da cultura, impactando no desempenho dos cafezais”, esclarecodutores brasileiros de café estão atentos e preocupados com o clima neste ano. Segundo pesquisadores do Cepea, as ondas de calor, tempestades com queda de granizo e fortes ventanias estão resultando em abortamento de uma parte das primeiras floradas e dos chumbinhos da temporada 2024/25.

Apesar de a queda dos chumbinhos acontecer todo ano nas lavouras, tendo em vista a fisiologia da planta, agentes consultados pelo Cepea apontaram que o pegamento das flores está aquém do esperado, e que boa parte dos chumbinhos está caindo de forma um pouco acima do normal.

Além disso, há uma alta infestação de cochonilha nas lavouras de robusta de Rondônia e de bicho-mineiro em áreas de arábica do Cerrado Mineiro.

 

EXPECTATIVA DE PRODUÇÃO NO BRASIL

A produção brasileira de café na safra 2023 deverá registrar crescimento de 7,5% em relação ao ciclo passado. Neste ano, a colheita está estimada em 54,74 milhões de sacas beneficiadas contra 50,92 milhões de sacas em 2022. O bom resultado é esperado mesmo em um ano de bienalidade negativa, como mostra o 2º levantamento da cultura, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Se a estimativa para este ano for comparada com o volume colhido na safra 2021, último ano de bienalidade negativa, o aumento chega a ser de 14,7%.

“Por ser uma cultura perene, a estiagem e as geadas ocorridas ainda em 2021 influenciaram no desempenho produtivo das lavouras de café no ano passado não permitindo que as plantas atingissem seu potencial produtivo. Como as condições climáticas em 2022 foram melhores, é possível verificar uma recuperação dessa produção, principalmente nas áreas produtoras de café arábica”, explica o presidente da Conab, Edegar Pretto.

Neste ano, a expectativa para o café arábica é que sejam colhidas 37,93 milhões de sacas beneficiadas, o que representa 69,3% da produção de café no país. Se confirmado, o volume representa um incremento de 15,9% sobre a safra de 2022. “Essa alta é explicada tanto pelo aumento de 1,9% na área em produção da espécie, aliado ao ganho de 13,7% no rendimento das lavouras, como verificado em Minas Gerais, maior produtor de arábica”, destaca o gerente de Acompanhamento de Safras da Companhia, Fabiano Vasconcellos.

Já para o café conilon, a perspectiva para a atual temporada é de uma produção de 16,81 milhões de sacas, redução de 7,6% da safra passada. O aumento esperado na colheita de Rondônia, Bahia e Mato Grosso não compensaram as perdas de produtividade estimadas no Espírito Santo, maior produtor de conilon. “Durante o desenvolvimento do grão no estado capixaba, foram registradas condições adversas, principalmente as fases iniciais do ciclo da cultura, impactando no desempenho dos cafezais”, esclarece Vasconcellos.

 

Área – De acordo com o levantamento divulgado pela Companhia, a área em produção total destinada à cafeicultura no país em 2023, contabilizando as duas espécies mais cultivadas no país (arábica e conilon), totaliza 1,87 milhão de hectares, aumento de 1,7% sobre a área da safra anterior. Já a área em formação, aquela destinada pelos produtores para a introdução de novas plantas ou ainda para realizar tratos culturais, como podas drásticas, está estimada em 375,5 mil hectares em formação, queda de 6% em relação ao ciclo anterior.

(Com Cepea e Conab)

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