Nicolás Maduro rompeu o silêncio e enviou uma carta urgente à OPEP acusando os Estados Unidos de estarem preparando uma operação militar para confiscar as reservas de petróleo da Venezuela — as maiores do mundo.
No documento, divulgado pela Telesur, Maduro afirma que o destacamento americano já inclui mais de 14 navios de guerra, 15 mil soldados e mais de 20 bombardeios contra pequenas embarcações. Segundo ele, essas ações resultaram na execução de mais de 80 pessoas, apresentadas por Washington como traficantes, mas que Caracas insiste serem pescadores venezuelanos.
A carta chega em um momento crítico. Trump ordenou que companhias aéreas considerem o espaço aéreo venezuelano “totalmente fechado” e admitiu publicamente que conversou com Maduro por telefone — um diálogo que, segundo a imprensa americana, teria vindo acompanhado de um ultimato: renúncia ou isolamento total.
Enquanto isso, o governo venezuelano acusa Washington de repetir o roteiro de Iraque e Líbia: sanções, isolamento internacional, cerco militar e, por fim, intervenção apoiada por supostos interesses econômicos.
Maduro cita explicitamente petróleo, gás, ouro e diamantes: “Eles querem nossos recursos de graça. Querem tudo.”
No pano de fundo, cresce a percepção de que cada lado tenta moldar sua própria narrativa internacional:
Washington fala em segurança hemisférica; Caracas fala em cerco e tentativa de intervenção.
No meio desse jogo de poder, o Caribe se transforma novamente em um tabuleiro estratégico onde poucas certezas existem — exceto a de que a crise está longe do fim.
