O promotor Lincoln Gakiya, um dos principais investigadores do PCC no Brasil, afirmou à CPI do Crime Organizado que o país avança rapidamente rumo ao risco de se tornar um narcoestado. Segundo ele, a facção ampliou sua influência para muito além das prisões e já opera com estruturas financeiras complexas.
O promotor explicou que o PCC está infiltrado em setores legais da economia por meio de fintechs, apostas e criptomoedas usadas para lavar grandes volumes de dinheiro. Para Gakiya, a falta de integração entre polícias, Ministério Público e demais órgãos de segurança cria brechas que fortalecem ainda mais o crime organizado.
Ele alertou que a facção hoje movimenta valores milionários e atua de forma empresarial, com departamentos internos e estratégias de expansão. Essa evolução dificulta o combate e exige respostas coordenadas entre estados e União.
Gakiya ressaltou que o termo narcoestado não significa que o país já chegou a esse ponto, mas que o cenário atual acende um alerta sério. Sem mudanças estruturais e cooperação efetiva entre instituições, o poder das facções pode continuar crescendo e afetando áreas sensíveis do Estado brasileiro.
"Narcoestado.
Se aplica a países cujas instituições políticas se encontram influenciadas pelo tráfico de drogas, onde os líderes desempenham simultaneamente cargos como funcionários públicos e, são membros das redes de crime organizado, especialmente tráfico de intorpecentes ilegais, amparados usando os respectivos poderes".
