J. J. Duran

Posições divergentes sempre surgem da confusão produzida pela interpretação e pelo enfrentamento de diferentes realidades e possibilidades, mas uma coisa é consenso: sem ter liberdade política, é difícil interpretar o cenário de forma correta.

Na realidade presente do Brasil, mesmo diante da intensa polarização se observa a existência de um crescente desejo por estabelecer, entre as partes antagônicas, um diálogo sem preconceitos.

Mas o discurso libertário vindo da Argentina de Javier Milei e dos Estados Unidos de Donald Trump representa uma nova ameaça ao Estado e suas instituições republicanas.

Não quero aqui fustigar ou menosprezar a importância desses ilustres líderes e suas causas, apenas apontar que o modelo por eles usado não é do diálogo e sim de um monólogo autoritário.

É necessário lembrar que a indo-América ainda não superou o tempo da razão da força, e politicamente ainda transita pela difícil senda das oposições entreguistas e com sede revanchista.

Em tempos de democracia votada, porém não proclamada, as palavras e os gestos conceituais vindos do alto poder costumam produzir rápida reação dentro das diferentes camadas sociais.

Isso acontece pela dificuldade de compreender e aceitar as teorias, quando estas parecem simples retórica colocada a serviço de interesses nem sempre claros e lícitos.

Novos atores surgem, mas os velhos dogmas se mantêm quando a política não é sinônimo de honestidade republicana e o Parlamento é palco de barbárie, retórica mentirosa e ar empobrecido de boas ideias e intenções.

Sempre que deixa de ser escrita com honestidade, verdades e princípios morais, a História acaba por se transformar em um fracasso coletivo. (Foto: Reprodução)

J. J. Duran é jornalista, escritor, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário de Cascavel e do Paraná

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