J. J. Duran

 O culto aos mártires prescinde de lugar e hora; em qualquer local e momento deve-se levantar um altar em memória dos que jamais traíram a Pátria e suas instituições.

A independência de um país exige mais que declaração formal para demarcar fronteiras; ela é conquistada diariamente na unidade da convivência e no amor e no respeito às suas instituições.

Ainda hoje a República sonhada pelos mártires da nossa independência vive a crise das profundas deformações brotadas do entrechoque de interesses transitórios pelo poder.

Trata-se de uma crise já vivida por outros povos da indo-América, brotada notadamente do surgimento de ideologias autoritárias e de párias políticos autoendeusados pela melancolia mental.

A verdadeira História nos mostra que muitos povos que viveram momentos de dificuldades graves surgidas da tentativa do radicalismo primitivista de implantar o direito dos mais fortes, ressurgiram guiados por leis que cimentaram a união da sociedade.

Há momentos na vida da sociedade em que ela não pode se dar ao luxo de perdoar defasagens terríveis da convivência fraternal.

Quando dividido nas frações cultivadas pelos vendedores de ilusões, o povo trilha caminhos fratricidas.

No nosso caso é chegado o momento de todos, e sobremaneira daqueles que têm responsabilidades com a República e com os ideais democráticos, adotarem clara e indeclinável postura em defesa da República, das instituições e da Constituição que nos rege.

Apesar de certos desvarios mentais, não havemos de avançar para um futuro incerto, como uma sociedade dividida e de costas para os sagrados símbolos da Pátria.

Diariamente, em algum rincão deste imenso Brasil, um humilde filho desta terra fraterna agradece à Virgem Maria por ser brasileiro e, ao mesmo tempo, implora pelo futuro de sua Pátria. (Foto: Reprodução)

J. J. Duran é jornalista, escritor, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário de Cascavel e do Paraná