Vou avisando desde logo que o que Lula e seus aliados pensaram ou declararam a respeito pouco importa, pois quem manifesta esta opinião é um antipetista histórico forjado na lida jornalística a partir do fim da década de 1970, ou seja, antes mesmo de o partido da estrela vermelha ser criado. Dito isto, vamos ao tema central deste breve comentário: na minha modesta opinião, o discurso de posse de Donald Trump foi, quando muito, mais uma "jogada de marketing" (e disso ele entende) do que um sinal concreto de que algo efetivamente irá mudar neste mundo de meu Deus sob seu comando, a começar pelos graves problemas internos dos próprios Estados Unidos.
Testemunhei a fase agonizante da Guerra Fria, que mais tarde se revelou um conflito bem ao estilo de uma briga entre "piás pançudos" entre os EUA e a hoje extinta União Soviética para ludibriar os incautos e manter a predominância, sobretudo econômica e bélica, de seus protagonistas. Lembro ter perdido noites de sono pelo que "especialistas" da época apontavam como iminência do início da III Guerra Mundial - que não chegou naquela época, nem vai ser declarada agora por Trump - antes de me descobrir uma espécie de fantoche de uma política ilusionista desencadeada por ideologias supostamente antagônicas, mas que, no frigir dos ovos e no silêncio dos bombardeiros prometidos e não deflagrados, se revelou ao mundo todo um mero jogo espúrio focado essencialmente em cifrões.
Isso tudo me voltou à mente, e de forma cristalina, diante do contundente discurso de posse do velho/novo presidente Donald Trump, saudado por uma parcela considerável da humanidade, execrado por outra e ignorado pela grande maioria. Foi, sem dúvida, um espetáculo encenado a partir de um roteiro pensado para mostrar ao mundo que "agora sim as coisas vão mudar", fazendo com que a justiça finalmente vença os "operadores do mal", etc. e tal. Puro engodo.
Na minha modesta opinião, com todo respeito aos que pensam diferente, foi mais uma daquelas óperas bufas cujo "gran finale", daqui a quatro anos, mostrará quão ilusionista foi transformada a tal política, um jogo no qual quase sempre a verdade é dada à luz já natimorta.
Só o tempo vai dizer se estou certo ou errado em minha opinião, que diverge totalmente da predominante nas redes sociais e numa parcela bem menor da mídia tupiniquim, mas autorizo desde já os discordantes a me cobrarem daqui a quatro anos, quando chegar ao fim o segundo mandato de Trump, em minha modesta opinião um ilusionista da oratória que procura sempre colocar os EUA como uma espécie de dono do mundo, como se este não fosse dividido em quase 200 países internacionalmente reconhecidos e houvesse uma só deles com capacidade suficiente para sobreviver sem a mão amiga das demais.
"Mas Trump é um louco, e de louco se espera tudo", podem rebater alguns. Deixo desde já minha resposta: pode até ser, mas não daqueles loucos que rasgam dinheiro, pois se fosse assim não seria um dos caras mais ricos do mundo. Sem contar que essa loucura toda não foi sequer minimamente demonstrada por ocasião do primeiro mandato, quando até "garotas de vida fácil" tinham trânsito livre na Casa Branca.
Vamos deixar os EUA pra lá e pensar/torcer mais pelo futuro do nosso Brasil varonil, pois no que depender deles estamos fritos feito lambaris na frigideira. (Foto: Getty Images)