"Política é como nuvem: você olha e ela está de um jeito, olha de novo e ela já mudou". Essa frase, atribuída ao ex-ministro, ex-deputado, ex-senador e ex-governador mineiro Magalhães Pinto, um ícone da vida pública nacional nas décadas de 1960/70, se fez ecoar uma vez mais nos bastidores da sucessão municipal de Cascavel, que raramente estiveram tão agitados quanto agora, às vésperas das convenções que irão homologar os candidatos à sucessão do prefeito Leonaldo Paranhos e respectivos vices.

O vereador Romulo Quintino era dado como nome certo para a vice de Marcio Pacheco, numa dobrada respeitada (para não dizer temida) por todos os adversários, quando surpreendeu abrindo mão da vaga e fazendo com que o candidato a prefeito do PP se "vire nos trinta" em busca de um novo nome, que dificilmente terá o mesmo peso eleitoral.

Mas o motivo, neste caso, vai muito além da composição das chapas majoritárias para as eleições municipais de outubro próximo, pois Romulo só aceitou dar um passo atrás com a garantia, dada a ele pelo deputado federal Fernando Giacobo com o aval de Leonaldo Paranhos, de que poderá voltar para o PL e assumir a cadeira de deputado estadual hoje ocupada por Marcel Micheletto.

12º mais votado entre todos os 54 atuais integrantes da Assembleia Legislativa do Paraná, Micheletto voltará a disputar a Prefeitura de Assis Chateaubriand, onde é tido como praticamente imbatível, e concorrer posteriormente à presidência da Federação Nacional dos Municípios com vistas a articular um movimento de prefeitos do País todo para dar sustentação à muito provável candidatura de Ratinho Junior à Presidência da República.

E desde que Pacheco não se eleja prefeito, a ascensão de Romulo (que assumiu a condição de primeiro suplente porque o londrinense Jairo Tamura já é até vereador por outro partido) fará com que Cascavel passe a ter cinco representantes no Legislativo estadual, uma vez que lá já estão também Gugu Bueno, Batatinha e Professor Lemos. (Foto: Flávio Ulsenheimer/CMC)