Itaipu pode comprar até 3 mil hectares de terras para indígenas
POLITICA
Publicado em 19/07/2024

Indígenas ocuparam uma nova área de terras em Guaíra na manhã de ontem (18) - outras duas haviam sido ocupadas há poucos dias, uma nesse município e outra em Terra Roxa. Essa ação é uma forma de pressionar a compra de uma área por parte da Itaipu a fim de resolver de uma vez por todas o conflito agrário na região.

A hidrelétrica propôs em maio deste ano, junto à Câmara de Mediação e de Conciliação da Administração Pública Federal, um acordo de compra de áreas para assentar os grupos indígenas avá-guarani desses dois municípios do Oeste paranaense. A empresa sugeriu a compra de 1,5 mil a 3 mil hectares para esse fim.

De acordo com a Itaipu, a quantidade da área não é aleatória, mas definida a partir de pedidos anteriores dos grupos que reivindicam terras. "Usamos como referência documentos do acervo da usina, em que constam cartas de lideranças indígenas indicando o número como o devido pela Itaipu aos povos originários da região do reservatório", explicou o diretor jurídico da usina, Luiz Fernando Delazari. 

Segundo ele, há um grupo de trabalho na Binacional trabalhando na negociação para que a compra ocorra o mais rápido possível. "O acordo no processo está distante, pois tanto o MPF quanto os representantes dos Indígenas apresentam números superdimensionados e que sequer existem para serem adquiridos na região do lago. Mesmo assim estamos agilizando a compra emergencial de mais ou menos 1,5 mil hectares de propriedades, independente do acordo. Há um grupo de trabalho criado dentro da Itaipu que está a cargo dessa negociação, baseada em uma avaliação com preço absolutamente razoável e de mercado", destacou.

Vale lembrar que esta não será a primeira compra de terras por parte da Itaipu, que já adquiriu 2.024 hectares e repassou para as aldeias na Reserva Ocoy e Tekoha Añetete, em São Miguel do Iguaçu e Diamante do Oeste, respectivamente. (Foto: Emanoela Somavila/Itaipu)

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