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Primeiro censo revela 589 pessoas em situação de rua em Foz do Iguaçu
Primeiro censo revela 589 pessoas em situação de rua em Foz do Iguaçu
Por Administrador
Publicado em 17/09/2025 10:30
COTIDIANO
Levantamento inédito mostra que a maioria formada por jovens

O primeiro censo municipal da população em situação de rua em Foz do Iguaçu revelou que 589 pessoas estão nessa condição na cidade. O levantamento foi realizado entre os dias 19 e 31 de agosto pela Secretaria de Assistência Social, com apoio do CIAMP (Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento) e universidades locais. Os resultados foram apresentados nesta terça-feira (17).

O estudo traz um retrato inédito e detalhado sobre quem são essas pessoas e onde estão. A maioria é formada por homens cisgênero (489). Também foram identificadas 53 mulheres cis, dois homens trans, duas mulheres trans e duas travestis. Em 27 casos não houve informação sobre o gênero.

A faixa etária predominante é de adultos jovens, mas há também 41 idosos vivendo nas ruas. Quanto à cor/raça, 321 se declararam pardos, 139 brancos, 79 pretos, 8 amarelos e 2 indígenas.

O censo mostrou ainda que 56,9% não consomem álcool, enquanto 43,1% afirmaram beber. Já o uso de drogas psicoativas foi declarado por 31,2% dos entrevistados.

Onde estão

A população em situação de rua se concentra principalmente em áreas próximas a serviços de assistência social. No entorno da Casa de Acolhimento 3, na região oeste, foram registrados 25 casos. Já o Centro Pop, no leste, concentrou 32 pessoas.

No norte, próximo à Casa de Acolhimento 2, foram 14 registros. As regiões Sul, Nordeste e Rural tiveram baixa incidência, com poucos casos dispersos.

Origem e tempo nas ruas

Dos entrevistados, 210 vieram de outros estados, 193 de cidades do Paraná e 97 de fora do país. Apenas 148 nasceram em Foz do Iguaçu.

O tempo de permanência também impressiona: 180 pessoas vivem nessa condição há mais de 15 anos. Outras 77 estão entre 5 e 10 anos nas ruas, e 72 entre 10 e 15 anos.

Impacto no Paraná

A metodologia aplicada em Foz já chamou a atenção da Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania, que pretende expandir o modelo para 50 municípios paranaenses, onde está a maior parte da população em situação de rua do estado.

Para o secretário de Assistência Social de Foz, Alex Thomazi, o levantamento representa um avanço na gestão pública local.

"Antes tínhamos uma fotografia borrada, com dados imprecisos. Agora temos clareza para planejar políticas públicas com transparência e objetividade", afirmou.

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