Inpasa redesenha a infraestrutura e logística do Maranhão e muda o destino do milho produzido no estado
Inpasa redesenha a infraestrutura e logística do Maranhão e muda o destino do milho produzido no estado
Por Administrador
Publicado em 13/08/2025 08:39
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Inpasa redesenha a infraestrutura e logística do Maranhão e muda o destino do milho produzido no estado

A inauguração da biorrefinaria da Inpasa em Balsas/MA está reconfigurando o cenário agrícola e logístico da região. Com capacidade para processar 1 milhão de toneladas de cereais por ano — incluindo milho e sorgo — para produção de etanol, DDGS, óleo vegetal e energia elétrica, a unidade já impacta diretamente a dinâmica de preços, o fluxo de exportações e a infraestrutura do Sul do estado.

De acordo com o Presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo (Abramilho), Paulo Bertolini, o maior desafio dos produtores dessa fronteira agrícola é o armazenamento e o escoamento da safra. “Geralmente, nessas regiões não tem uma boa infraestrutura e o milho sofre muito com isso e armazenagem, escoamento, rodovia e que permite fazer uma estocagem adequada”, disse ao Notícias Agrícolas.  

Segundo Boletim  Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado no final de julho/25, revela que o encerramento da colheita da soja em grão no Maranhão impactou diretamente o transporte rodoviário no estado. Com menor oferta de cargas, os preços dos fretes registraram alta em relação a junho, embora de forma moderada.

“A soja continua sendo a principal lavoura temporária do estado e exerce grande influência sobre a logística local. A menor disponibilidade do grão resultou em menor movimentação de cargas, pressionando o mercado de transporte”, informou a conab. 

A Conab também destacou em seu boletim que a demanda da Inpasa vem alterando o destino do milho produzido no Maranhão, em que parte significativa do grão, antes exportado pelo Terminal Graneleiro do Porto do Itaqui, passou a ser absorvida pela indústria local, forçando ajustes na movimentação logística.

“Como boa parte da produção é direcionada à indústria em deslocamentos curtos, os preços de transporte permanecem em patamares mais baixos que o habitual para a época”, destacou a Conab. 

O governador do estado do Maranhão, Carlos Brandão, destacou que tem buscado ajudar os produtores investindo em estradas e melhorando a infraestrutura para o escoamento dos grãos. "O produtor rural da porteira para dentro é muito bem tecnificado, altamente tecnológico e moderno e não precisa do governo, mas da porteira para fora precisam do governo", disse o governador do Notícias Agrícolas..

O governador do estado, Carlos Brandão entregou, em Tasso Fragoso, 7 quilômetros de pavimentação na Ladeira do Pisa no Freio e assinou a ordem de serviço para a implantação de 31 quilômetros de asfalto na Rodovia Transpenitente (MA-006), via essencial para o transporte de soja, milho e algodão. 

De acordo com o Governo do Estado, a Transpenitente corta a região da Serra do Penitente, área estratégica com mais de 200 mil hectares dedicados ao cultivo de soja, milho e algodão. Diariamente, um intenso fluxo de carretas percorre a rodovia, transportando milhares de toneladas de grãos. Ligando os municípios de Balsas, Tasso Fragoso e Alto Parnaíba, é considerada um dos principais corredores logísticos para o escoamento da produção agrícola no sul do Maranhão.

Além dos investimentos públicos, produtores locais da  Serra do Penitente anunciaram a execução de mais 30 quilômetros de pavimentação na Transpenitente, em parceria com o governo. A rodovia conecta Balsas, Tasso Fragoso e Alto Parnaíba e concentra intenso fluxo de carretas responsáveis pelo transporte diário de milhares de toneladas de grãos. Com a ampliação e melhoria da via, a expectativa é reduzir perdas, aumentar a competitividade e garantir mais segurança às operações logísticas.

Segundo Pedro Cervi, presidente da Associação dos Produtores da Serra do Penitente (APSP), a região responde por cerca de um milhão de toneladas de soja por ano, o que equivale a aproximadamente 25% do PIB agrícola estadual.

Porto de Itaqui

De acordo com a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), o Brasil caminha para alcançar um recorde histórico na exportação de soja em 2025, com previsão de embarcar até 15,1 milhões de toneladas apenas no mês de junho. No acumulado de janeiro a junho, já foram exportadas 68,18 milhões de toneladas de soja em grãos — um crescimento de 2,82% em relação ao mesmo período de 2024.

O Maranhão teve participação de destaque nesse desempenho, impulsionado pelo Porto do Itaqui, que se consolidou como o segundo maior exportador do país no período, com 461,2 mil toneladas embarcadas. A liderança nacional ficou com o Porto de Santos (SP), que movimentou 740,5 mil toneladas.

Principal saída para o agronegócio maranhense, o Porto do Itaqui registrou em março o maior volume de movimentação da história para o mês: 3,293 milhões de toneladas, alta de 14% em relação ao ano anterior. Desse total, os granéis sólidos somaram 2,357 milhões de toneladas, com a soja respondendo por 1,918 milhão.

Para ampliar a capacidade, está em andamento a construção do “Novo Berço 98”, que permitirá a atracação de navios de maior porte e elevará a capacidade de escoamento do terminal de 15 milhões para 23,5 milhões de toneladas anuais. A obra está 20% concluída e deve ser entregue em outubro de 2026.

Amanhã vai ao ar com a última reportagem especial da série “Maranhão na Rota Energética”. Na reportagem, você vai entender como o Brasil está acelerando sua transição energética rumo a fontes mais limpas e sustentáveis, e como o Maranhão tem se destacado como um polo estratégico nessa transformação, com investimentos em infraestrutura, produção de biocombustíveis e energias renováveis. Fique ligado para acompanhar esse cenário que impacta diretamente o futuro do nosso país e do agronegócio!

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