É bem verdade que às vezes isso acontece só como forma para lembrar Brasília de que o agro é peça-chave da economia nacional, mas normalmente a chiadeira generalizada em relação ao Plano Safra tem razão de ser, até porque o homem do campo está sempre na dependência do clima e a quebra de uma só safra pode levá-lo à falência. E no caso da edição 2025/2026 do plano não haveria de ser diferente, e desta feita não apenas pelo já relevante fato de o acréscimo em relação à safra anterior ter ficado abaixo da inflação do período.

A grande queixa agora não está relacionada ao montante, mas aos juros a serem cobrados do agricultor por decisão do Banco Central, conforme deixou claro o presidente da Federação Parlamentar da Agricultura no Congresso Nacional, deputado paranaense Pedro Lupion, que cumpriu agenda política no fim da última semana em Cascavel.

Durante encontro com a direção da Coopavel e do Show Rural, Lupion manifestou a preocupação de que as taxas de juros elevadas comprometam a competitividade do agro brasileiro no mercado internacional, e aproveitou para alertar para a não liberação, até o momento, dos recursos destinados ao seguro agrícola - item considerado fundamental para dar segurança e previsibilidade ao produtor rural.

"O Brasil colheu, na última safra, cerca de 320 milhões de toneladas de grãos. Isso coloca o País como um dos principais fornecedores de comida do mundo, responsável por alimentar aproximadamente um bilhão de pessoas. É imprescindível que as políticas públicas estejam alinhadas com esse protagonismo", disse ele na ocasião.

Durante a reunião, Lupion teve a oportunidade de tomar conhecimento, também, dos planos da Coopavel não só para o próximo Show Rural, mas também para a modernização e a expansão da cooperativa, que atualmente emprega cerca de 8 mil colaboradores diretos. Esses dados foram apresentados a ele pelo presidente Dilvo Grolli e pelo coordenador do megaevento agropecuário, Rogério Rizzardi. (Foto: Divulgação)