J.J Duran
A relação entre instituições, pessoas comuns e figuras emblemáticas da política sempre foi uma manifestação para pôr fim à mensagem fajuta vinda desde o poder, pois promessas, mentiras e omissões são características comuns de muitos que costumam tirar proveito próprio da fé do povo.
Só os analistas que convivem com o povo nas ruas conhecem bem os efeitos maléficos produzidos por governos que costumam apalpar a fratura exposta da relação democrática sabem retratar esta realidade.
Os debates (quando feitos) e os elevados índices de abstenção são demonstrações claras da existência de um longo e profundo fosso a separar os chamados homens públicos (exceções à parte, claro) da realidade que os cerca.
Mas um vasto e importante núcleo social, cansado de ser iludido com relatos nada verdadeiros e de ser colocado à margem do processo, começa a mostrar sua desconformidade não com o sistema democrático em si, mas com seus atores, representados por verdadeiros bandos de nômades ideológicos e oportunistas sedentos das benesses do erário, que invariavelmente traem a esperança dos que, iludidos, acreditam na ressurreição da ética e da verdade propagada por candidatos "iluminados".
Existem os sonhadores da imortalidade dos mandatos republicanos, mas existem os Judas que vendem sua consciência e sua reputação pelas moedas que conseguem juntar em quatro ou mais felizardos anos.
Tomara a desilusão, a repulsa e o cansaço expressados no elevado índice de abstenção da eleição do início deste mês de outubro convertam a esperança perdida em uma nova alvorada, na qual prevaleça apenas a verdade para acomodar o espírito de solidariedade que a República tanto precisa.
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário de Cascavel e do Paraná
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