Industrialização da soja rende investimento de bilhões no PR
AGRONEGÓCIOS
Publicado em 24/09/2024

Graças principalmente às cooperativas, mas também a algumas empresas do setor, o Paraná está fazendo já fez recentemente e ainda está fazendo um investimento próximo de R$ 5 bilhões e se consolidando como um dos principais polos de industrialização do produto. A estratégia adotada busca agregar mais valor aos produtos, o que beneficia toda a cadeia produtiva e alavanca a economia estadual.

A maior parte do grão in natura ainda é exportada para China, União Europeia e Oriente Médio, mas uma crescente parcela passou a ser processada no Estado, transformando-se em derivados como óleo, farelo, biodiesel e outros produtos de alta qualidade para consumo humano e animal.

Números recentes do IBGE e do Ipardes mostram que o Estado ampliou de R$ 14,9 bilhões em 2019 para R$ 30,5 bilhões em 2022 o seu VBP (Valor Bruto da Produção Industrial) em boa medida graças à fabricação de óleos e gorduras, com a soja representando o maior peso em termos financeiros. E o VTI (Valor da Transformação Industrial), indicador usado para calcular a riqueza efetivamente gerada pela indústria ao transformar insumos em produtos acabados, também foi ampliado de R$ 5,1 bilhões para R$ 9,5 bilhões neste período.

De acordo com o presidente da Ocepar, José Roberto Ricken, o Paraná tem atualmente 13 indústrias de esmagamento de soja, além de quatro especializadas em refino, duas em biodiesel e uma em margarina e óleos comestíveis. "As cooperativas brasileiras têm uma capacidade de esmagamento de 25 mil toneladas de soja por dia, das quais 20 mil toneladas são esmagadas no Paraná", revela ele. Das cerca de 150 milhões de toneladas de soja produzidas no Brasil por ano, 50 milhões de toneladas são esmagadas e o restante é exportado como grão.

 

NOVOS INVESTIMENTOS

Com um investimento de R$ 1 bilhão, a esmagadora de soja da C.Vale em Palotina começou a operar em novembro de 2023. Cerca de 30% do farelo e do óleo produzidos nessa unidade abastecem as indústrias de rações da própria cooperativa, enquanto o excedente é comercializado com outras empresas.

Localizada na Lapa, na Região Metropolitana de Curitiba, a nova esmagadora de soja do grupo Potencial, cujas obras começaram no fim de junho do ano passado, está recebendo investimento de R$ 1,7 bilhão. A esmagadora está sendo construída junto à usina de biodiesel da companhia, que é a maior do Brasil e a terceira maior do mundo.

Também em 2023, o Estado e a Be8 assinaram um protocolo de intenções para viabilizar investimentos em uma esmagadora de soja em Marialva, na região Noroeste, onde a empresa já tem uma unidade de produção de biodiesel. A nova planta terá capacidade de processamento de 5 mil toneladas por dia e a empresa estima que o investimento poderá chegar a R$ 1,5 bilhão.

E no fim do ano passado, a Coopertradição iniciou as obras de uma indústria de farelo e óleo de soja com capacidade inicial de 2 mil toneladas de grão esmagado por dia, num investimento orçado em R$ 700 milhões. Com a nova esmagadora, a capacidade de industrialização da soja, que atualmente é de 20% da produção na região Sudoeste, deverá superar os 40%. (Foto: Roberto Dziura Jr/AENPR)

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