Números de eleições passadas não deixam a menor dúvida sobre isso. Afinal Beto, herdeiro político do pai, o ex-governador e ex-senador José Richa, foi prefeito de Curitiba duas vezes e governador outras duas, além de deputado estadual (também duas) e agora é deputado federal. Já Fernanda, filha do ex-banqueiro Tomás Edison de Andrade Vieira, é muito mais que ex-primeira-dama várias vezes. Com uma atuação social sem igual, construiu uma imagem própria muito sólida e só não exerceu mandato eletivo porque nunca se candidatou.
Após passar maus bocados como alvo de processos tornados nulos pela instância máxima do Poder Judiciário, o casal ressurge no cenário político curitibano e paranaense com destaque suficientemente grande para colocar uma interrogação na mente de velhos e novos adversários.
A novidade mais recente é o retorno de Fernanda ao PSDB, contrariando prognósticos de que estaria determinada a deixar a política no passado. Convencida pelo marido e por antigos aliados, ela se filiou nesta semana ao ninho tucano e já tem uma possível candidatura cogitada. Com um capital político invejável construído como primeira-dama mais atuante da história da capital paranaense, é vista como uma espécie de "reserva de luxo" do próprio marido para as eleições de outubro próximo.
Beto não esconde o desejo de ser candidato para ter a oportunidade de provar aos curitibanos e paranaenses ter sido vítima do que define como uma trama política ardilosa e que quase o alijou da vida pública. Mas, se necessário para facilitar uma composição com reais chances de vitória na disputa pela Prefeitura de Curitiba, há quem sustente que pode até abrir mão em favor de Fernanda, já considerada pela imprensa especializada curitibana tão boa de voto quanto o marido. (Foto: Nani Góis/Arquivo Alep)