Na última segunda-feira (05), durante passagem pelo Show Rural o presidente da Conab, Edegar Pretto, anunciou que a existe uma determinação para que o Brasil volte com urgência a fazer estoques públicos e com isso a Conab torne a fazer regulação de preços. O anúncio não foi visto com bons olhos pelo setor agro e foi alvo de críticas, sob hipótese de ser uma intenção do governo federal de interferir no mercado.
O Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, rebateu garantindo que se trata de uma forma de garantir o abastecimento interno e estabilidade de preços. “Não é interferência no mercado, porque o governo vai ofertar o estoque e trazer estabilidade para o mercado. E não são grandes quantidades de grãos. Talvez quem seja contrário a volta dos estoques reguladores, tem a memória de algum momento da história de 30, 40 anos atrás, quando os estoques públicos ficavam em armazéns deteriorados, que eram motivo até de investigações policiais, mas não se trata mais desse modelo. Se trata agora de política pública de estabilidade”, garantiu.
Fávaro também lembrou das dificuldades enfrentadas por produtores gaúchos para alimentar o gado após quebras consecutivas nas safras de milho. “Quando recebemos o governo, após uma seca sem precedentes, por três anos consecutivos, no Rio Grande do Sul, não tínhamos nem um quilo de estoque de milho para atender à demanda dos produtores gaúchos de alimentar suas criações. Não tinha nem onde buscar, não havia um estoque no Mato Grosso, em Goiás, ou em qualquer outro estado brasileiro. Tivemos relatos dramáticos de produtores que soltaram suas vacas leiteiras para comer capim na beira da estrada, porque não tinha o que dar para os seus animais”, destacou.
Ele reafirmou se tratar de uma política pública com foco no equilíbrio. “Uma política pública do governo federal é garantir o custo de produção aos produtores, então quando ele compra o milho no preço mínimo ele não está dando lucro ao produtor, mas está garantindo que ele não tenha prejuízo. E quando esse milho sobre a valores estratosféricos, o que pode quebrar ou colocar em instabilidade um setor tão importante como o de produção de carnes, ter a possibilidade de agir. É papel do estado garantir essa estabilidade”, completou.