Estudo pretende investigar a relação entre agricultura e preservação de vegetação natural dentro dos biomas da Amazônia e do Cerrado.

O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e o Woodwell Climate Research Center, com o apoio da Bayer, anunciaram um novo projeto de pesquisa que deve estudar a relação entre a agricultura e a preservação na Amazônia e no Cerrado.

Alinhado com as metas de limitar o aquecimento global, o estudo pretende investigar a inter-relação entre agricultura e preservação de vegetação natural dentro dos biomas da Amazônia e do Cerrado, além de entender o impacto nas condições climáticas locais. Outro ponto é acompanhar a conexão dos fatores com a estabilidade da produção agrícola. 

Para a realização da pesquisa, a Bayer está fazendo um aporte financeiro de cerca de R$ 9,9 milhões. O anúncio oficial foi feito durante a COP28, que aconteceu em Dubai, no painel: Ciência para adaptar a agricultura para um clima em mudança: o papel da agricultura regenerativa tropical.

Agricultura e preservação na prática

Os pesquisadores combinarão informações como dados de clima, disponibilidade e qualidade da água, estoques de carbono e distribuição da biodiversidade obtidos por sensoriamento remoto e observações de campo, na Amazônia e no Cerrado. 

O estudo também apresentará uma análise econômica dos serviços prestados pelo meio ambiente à agricultura. Outro ponto que o estudo contemplará será sobre as decisões de abertura de novas áreas sobre a viabilidade da atividade agrícola nos médio e longo prazos. 

“Dessa forma, será possível desenvolver uma visão holística e baseada em ciência para o desenvolvimento de propostas de paisagens ambientalmente e economicamente importantes, para que os produtores contribuam para manter a floresta de pé”, afirmou Ludmila Rattis, pesquisadora do IPAM e do Woodwell, responsável pelo estudo.

Segundo ela, uma das motivações para a realização do estudo é o fato de o desmatamento da região Amazônica-Cerrado já ter impactos sobre o clima local, como o aumento da temperatura, a redução da evapotranspiração, e a precipitação e a duração da estação chuvosa naquelas regiões. Isso impacta, inclusive, a estabilidade da produção, o volume e o potencial de produtividade da região.

Agricultura regenerativa em pauta

Para a Bayer, o estudo está alinhado com a visão de agricultura regenerativa, que consiste basicamente em produzir mais com menos, ao mesmo tempo em que se promove a regeneração do meio ambiente. “Em primeiro lugar, entender e quantificar o valor que o meio ambiente gera aos produtores rurais é fundamental para alavancar a conservação do ecossistema. Além disso, também esperamos aperfeiçoar os sistemas de manejo agronômico, incorporando os resultados da pesquisa em recomendações para agricultores. A iniciativa corrobora com nosso objetivo de aperfeiçoar e promover uma agricultura cada vez mais sustentável”, afirmou Carolina Graça, diretora de Sustentabilidade da Divisão Agrícola da Bayer para a América Latina.