Rastreabilidade da carne é urgente, apontam especialistas
Sustentabilidade
Publicado em 13/12/2023

Pressão internacional contra desmatamento estimula ainda mais o avanço da rastreabilidade no Brasil

Uma iniciativa interministerial envolvendo as pastas de da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e da Indústria e Comércio, entre outras, está colocando o combate ao desmatamento ilegal na Amazônia como prioridade. A razão disso é que a ação dos criminosos coloca em risco o papel do Brasil como maior exportador de carne bovina. Com a rastreabilidade do gado é possível comprovar que a carne produzida não é oriunda de criadores que praticam o desmatamento.

O mapeamento oficial, feito a partir do Cadastro Ambiental Rural (CAR) é a base para as ações. Segundo o Ministério do Meio-ambiente, o CAR apontou que 85% dos imóveis registrados no CAR não apresentaram desmatamento na região no segundo semestre de 2022, apesar do período ter se mostrado o maior em termos de desmatamento nos últimos dez anos.

Importância econômica da rastreabilidade da carne

De acordo com João Paulo Capobianco, secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, o problema está concentrado nos 15% restantes de imóveis rurais. E ainda mais problemática é a estatística que mostra que 2% deles respondem por dois terços do desmatamento identificado na Amazônia. Para o secretário, esse fato indica que é possível planejar a redução do processo e mostra que o desmatamento não é uma ação generalizada.

As informações foram listadas pela reportagem da revista Exame, que detalhou o encontro entre diversos participantes do ecossistema agroindustrial, entre eles pecuaristas, instituições da sociedade civil, governo e ONGs. A mensagem é que a pecuária tradicional precisa ser repensada, inclusive com ampliação do rastreamento da carne.

Participante do encontro, Paulo Pianez, diretor de sustentabilidade da Marfrig, destacou a pressão europeia e asiática sobre a origem de alimentos. Ele lembrou que o assunto está na pauta do Parlamento Europeu e também entre os importadores asiáticos, com destaque para a China, que se tornou um dos grandes mercados compradores da carne brasileira.

 

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