Com megafazendas, China tenta garantir a autossuficiência
AGRO
Publicado em 25/11/2023

Rápida expansão de mega explorações de suínos na China e suas implicações para a autossuficiência do país que possui uma das maiores populações mundiais. As Megafazendas estão mudando o cenário agropecuário mundial No epicentro da estratégia da China para alcançar a autossuficiência em carne de porco estão as mega explorações de suínos, algumas com até 26 andares de altura. País tem investido significativamente em megafazendas verticais para a criação de suínos. Uma dessas fazendas é notável por abrigar cerca de 650.000 suínos, sendo considerada a fazenda vertical mais alta do mundo para esta finalidade. Este edifício impressionante conta com 26 andares e começou a ser produzido em setembro de 2021. Estes gigantes, equipados com tecnologias inteligentes, chamaram a atenção do mundo. Localizada na província central de Hubei, a fazenda vertical Zhongxin Kaiwei Modern Farming tem como objetivo abater 1,2 milhão de suínos por ano, concluída neste outono, é uma prova da ambição do país asiático. Além disso, a China está construindo várias outras fazendas de suínos de vários andares em diferentes regiões do país, incluindo um projeto de 21 edifícios.

Essas instalações são parte dos esforços para modernizar a produção de suínos e atender à crescente demanda interna. No entanto, tais projetos também geram preocupações ambientais, especialmente considerando o potencial de impacto no meio ambiente e na sustentabilidade da produção em larga escala de suínos.
A China é o principal produtor mundial de carne de porco. Ela produziu 47,5 milhões de toneladas em 2021, bem acima da União Europeia (23,7 milhões) e dos Estados Unidos (12,5 milhões), de acordo com a plataforma Statista. No entanto, o país enfrentou múltiplos surtos de peste suína africana, uma epidemia viral letal, desde que foi detectada pela primeira vez em seu território, em agosto de 2018. Desde então, a China – que sacrificou mais de 1 milhão de porcos para evitar a disseminação da doença, segundo informou a Reuters.

O “Palácio do Porco” foi projetado para ser eficiente, ecologicamente correto e de baixo custo. Cada andar funciona como uma fazenda independente, com áreas separadas para porcas prenhes, leitões recém-nascidos, aleitamento e engorda dos suínos. Os animais são alimentados automaticamente através de botões em uma sala centralizada. Segundo relatos do Jornal New York Times, o complexo possui características semelhantes à estrutura da NASA, com técnicos uniformizados monitorando os animais em tempo real. A fazenda vertical é vista como um meio de repovoar o rebanho chinês após a devastação causada pela peste suína africana nos últimos anos


Um fato interessante é que os resíduos dos porcos são utilizados para gerar calor e energia. Além disso, gigantescos tanques entregam, aproximadamente, 450 toneladas diários para os animais nos andares abaixo através de comedouros automatizados

Investimentos colossais e megafazendas de suínos Em meados de 2021, a China tinha investido quase 117 mil milhões de yuans (cerca de 17 mil milhões de dólares) nestas mega-fazendas, de acordo com o Fórum Chinês de Qingdao. Os edifícios não se limitam a estábulos, mas estão a tornar-se autênticas cidades suínas. A maior, localizada em Yuguan, Henan, ocupa mais de 1.000 hectares com 21 edifícios de seis andares, produzindo 2,1 milhões de suínos anualmente. Em Ezhou, duas explorações podem atingir a produção de 1,2 milhões de suínos por ano.

Investimentos colossais e megafazendas de suínos Em meados de 2021, a China tinha investido quase 117 mil milhões de yuans (cerca de 17 mil milhões de dólares) nestas mega-fazendas, de acordo com o Fórum Chinês de Qingdao. Os edifícios não se limitam a estábulos, mas estão a tornar-se autênticas cidades suínas. A maior, localizada em Yuguan, Henan, ocupa mais de 1.000 hectares com 21 edifícios de seis andares, produzindo 2,1 milhões de suínos anualmente. Em Ezhou, duas explorações podem atingir a produção de 1,2 milhões de suínos por ano.

A Estratégia de Autossuficiência e Riscos Associados Com cerca de 1.800 mega explorações de suínos em funcionamento, o governo chinês pretende que 65% da produção total de carne suína venha destas instalações até 2025. Embora a estratégia procure a auto-suficiência, também está associada a riscos e críticas. Os críticos apontam preocupações sobre a segurança alimentar, a eficiência da criação de suínos e os cuidados ambientais.  Eles expressam preocupações sobre a segurança dos produtos suínos nessas instalações de grande escala, questionando a capacidade de manter padrões sanitários elevados. Além disso, é destacada a importância de abordar eficazmente a gestão de um grande número de animais e a implementação de tecnologias avançadas para garantir a sustentabilidade e o sucesso a longo prazo destas mega explorações.

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