Para o presidente da ABCS (Associação Brasileira de Criadores de Suínos), a suinocultura deve encontrar um cenário favorável ao longo de 2024, com oferta ajustada no mercado interno, perspectiva de preços mais elevados e exportações em alta.
As exportações brasileiras de suínos tiveram aumento de 8% entre janeiro e outubro deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, mas desaceleraram um pouco nos últimos três meses. A China continua sendo a maior compradora de carne suína brasileira, mas o país asiático recompôs seu rebanho e, com isso, a expectativa é a redução das compras. Ainda assim, as importações chinesas devem continuar a ter peso determinante para o Brasil.
"A meta da China é produzir 95% de sua demanda interna de carne suína. Ainda assim, eles vão precisar importar 2 milhões de toneladas por ano", diz Machado. "Em 2022, 46% dos embarques brasileiros de carne suína foram para a China. Talvez estejamos com uma mudança em curso. Podemos terminar 2023 com a redução para 35,5%. Ao mesmo tempo, temos a pulverização das nossas exportações para outros países", acrescenta.
Na avaliação de Machado, até janeiro de 2024 o mercado interno deve continuar aquecido para os produtos da suinocultura. A redução dos abates de bovinos deve aumentar a competitividade da carne suína, contribuindo para elevar os preços. Paralelamente, as exportações devem continuar em um patamar elevado ao longo de 2024, ajudando a equilibrar a cadeia.
Os custos de produção, que vinham em queda até setembro, tiveram uma leve alta em outubro. "Mas 2024 será um ano bom, embora com margens justas, semelhantes a que tivemos neste ano", projeta.
Para o longo prazo, o especialista prevê a expansão contínua da carne suína nos mercados interno e externo. O setor, no entanto, deve estar atento a exigências como bem-estar animal e meio ambiente. "A tendência é que os produtos da suinocultura sigam nessa trajetória de ganhar cada vez mais espaço", conclui. (Foto: Sistema Ocepar)