A entrega de três computadores à UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) pela Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná) foi o ponto de partida para o desenvolvimento de um aplicativo destinado a ajudar o produtor rural paranaense no monitoramento de praças nas lavouras de soja, milho e trigo. O Senar-PR deve aportar R$ 292 mil na iniciativa, que também tem a participação do IDR-Paraná.
"A nossa ideia, como instituição, é investir em ações que tenham como foco o desenvolvimento do setor agropecuário e que possam capacitar e melhorar a vida e as condições de trabalho do produtor rural. É resolver problemas do nosso meio", afirmou o presidente Agide Meneguette ao fazer a entrega dos equipamentos.
"O caso específico dessa forte parceria que temos com o Senar-PR e com o IDR-PR faz como que a gente possa, por meio de nossos pesquisadores, focar em problemas reais da sociedade. Por outro lado, essa aproximação faz com que os estudantes tenham em sua formação essa experiência real já durante a faculdade", destacou o reitor Marcos Flávio de Oliveira Schiefler Filho.
Já batizado de manejo.app, o aplicativo será voltado a produtores que utilizam o MIP (Manejo Integrado de Pragas), conjunto de práticas que prevê o monitoramento periódico das lavouras. A metodologia do MIP consiste na coleta e análise de amostras dos principais insetos presentes na plantação. Com isso, os produtores conseguem reduzir o número de aplicações de defensivos, obtendo uma produção mais sustentável. Em média, os agricultores que aplicam o MIP, fazem 51% menos pulverização de inseticidas - o que gera uma economia média equivalente a duas sacas por hectare.
Atualmente as coletas dos dados das análises ainda são feitas em cadernetas, durante a visita às lavouras. Posteriormente, o produtor insere os dados em uma plataforma digital, que planilha os dados. Com o desenvolvimento do aplicativo manejo.app, o produtor poderá lançar os dados diretamente no celular, agilizando o processo. A ideia é que o app funcione inclusive no modo offline - ou seja, em áreas em que não há sinal de internet -, armazenando os dados e, posteriormente, sincronizando as informações, quando houver rede disponível.
"O usuário vai ter na palma da mão um instrumento que permite a compilação dessas informações em campo, em tempo real. A partir disso, o aplicativo vai dar indícios se há necessidade ou não de se fazer aplicação de defensivos. É uma caderneta de campo moderna, digital", explicou a gerente técnica do Senar-PR, Debora Grimm.
Assim que estiver pronto, o manejo.app ficará disponível a produtores que fizerem os cursos de MIP do Senar-PR e às equipes do IDR-PR. Mas a ideia é disponibilizar treinamentos para que a plataforma fique disponível a todos os agricultores interessados na prática. (Foto: Sistema Faep)