Auditório lotado de produtores e lideranças e depoimentos emocionados marcaram a mobilização regional Crise do Leite, realizada ontem (1º), na sede da Amsop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná), em Francisco Beltrão.
"O momento é muito grave. Precisamos limitar as importações de leite em pó do Uruguai e Argentina, pois isso está prejudicando o mercado nacional, especialmente os produtores rurais que nesta época deveriam ter lucro com a produção e está ocorrendo o contrário, amargam prejuízos! O Governo Federal tem mecanismos para reverter essa situação. Vamos juntos somar forças, encontrar caminhos e soluções urgentes", declarou na ocasião o deputado Wilmar Reichembach, coordenador da Frente Parlamentar do Leite da Assembleia Legislativa.
O evento contou com a participação demais de 400 pessoas, entre prefeitos, vereadores, deputados, produtores rurais, lideranças de todo o Sudoeste e representantes de laticínios e cooperativas. "É a maior crise do setor leiteiro da história", apontou o produtor Pedro Ivo, ex-prefeito de União da Vitória, ex-deputado estadual e membro do movimento Pró-Leite. Anderson Barreto, presidente da Amsop e prefeito de Coronel Vivida, destacou que "e essa dificuldade deve ser enfrentada com união, vontade e determinação". As reivindicações apontadas no encontro deverão ser apresentadas ao vice-presidente Geraldo Alckmin na próxima semana, em Brasília.
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de leite, com mais de 34 bilhões de litros por ano, tendo a predominância de pequenas e médias propriedades e empregando perto de 4 milhões de pessoas. O Paraná é o terceiro maior produtor de leite do País, com 3,9 bilhões de litros por ano e representa a cadeia produtiva mais importante para os agricultores familiares do Estado. Esta produção é obtida por 110 mil produtores, dos quais 86% são pequenos produtores com até 250 litros/dia. E o Sudoeste é a segunda maior bacia leiteira do Brasil e a maior do Paraná. (Foto: Sistema Faep