A entrevista concedida ao Blog do Esmael pelos deputados estaduais Requião Filho (PDT) e Arilson Chiorato (PT) revelou um ponto central que pode ampliar o alcance do escândalo da Sanepar: segundo os parlamentares, o então presidente da companhia foi o responsável financeiro da campanha do governador Ratinho Júnior (PSD) nas eleições de 2022.

A informação foi apresentada no contexto das denúncias de suposto caixa dois eleitoral e coação de servidores comissionados da Sanepar para arrecadar recursos destinados a cobrir dívidas de campanha. Para a oposição, a coincidência entre comando da estatal e função estratégica na campanha reforça a suspeita de uso político de uma empresa pública.

Durante a transmissão, Requião Filho afirmou que, ao analisar os áudios vazados e os documentos que vieram à tona, “fica cada vez mais difícil separar a gestão da Sanepar da campanha eleitoral”. Segundo ele, a presença do presidente da companhia na função de financeiro exige investigação rigorosa sobre possíveis conflitos de interesse.

Já Arilson Chiorato sustentou que a relação direta entre a direção da estatal e a campanha do governador agrava o quadro. Para o deputado, se confirmada, a atuação simultânea compromete a narrativa oficial de que os fatos seriam “antigos” e sem repercussão política atual.

A Sanepar é uma companhia de economia mista, com ações negociadas em bolsa, o que impõe regras rígidas de governança e transparência. Por esse motivo, a oposição também levou o caso à Comissão de Valores Mobiliários, argumentando que eventuais desvios de finalidade podem afetar investidores e o mercado.

O governo estadual sustenta que os episódios relatados nos áudios ocorreram em período anterior e que os envolvidos já teriam sido desligados. Até o momento, porém, não foram apresentados documentos públicos que detalhem a apuração interna nem esclareçam se houve comunicação às autoridades eleitorais ou federais.

Nos bastidores, a avaliação é de que o elo entre a presidência da Sanepar e o caixa da campanha eleitoral amplia o risco institucional do caso. Para a oposição, a investigação precisa seguir o rastro do dinheiro, identificar a origem dos recursos e esclarecer se a estrutura de uma estatal foi utilizada para fins eleitorais.

O Blog do Esmael seguirá acompanhando os desdobramentos com rigor factual e cautela jurídica.

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