A vice-prefeita de Turilândia, cidade do interior do Maranhão, Tânya Mendes (PRD), e mais cinco vereadores foram presos nessa segunda-feira (22) durante a Operação Tântalo II, do Ministério Público do Maranhão. A ação apura o desvio de R$ 56.328.937,59 dos cofres públicos, envolvendo empresas de fachada criadas pelo prefeito Paulo Curió (União Brasil) e seus aliados políticos. O prefeito, entretanto, não foi encontrado em sua residência durante a ação policial e é considerado foragido.
Ao todo, foram cumpridos 51 mandados de busca e apreensão e 21 mandados de prisão em São Luís, Paço do Lumiar, Santa Helena, Pinheiro, Barreirinhas, Governador Nunes Freire, Vitória do Mearim, Pedro do Rosário, São José de Ribamar e Presidente Sarney.
Entre os alvos estão a ex-vice-prefeita Janaína Lima, o marido dela, Marlon Zerrão (tio de Tânia Mendes), além de vereadores, servidores públicos, empresários e outros agentes políticos.
O g1 tenta contato com a defesa dos acusados, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
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Vice-prefeita e cinco vereadores são presos em operação que investiga desvio de mais de R$ 56 milhões em Turilândia — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Segundo a investigação, a atual vice-prefeita, Tânia Mendes, e seu marido, Ilan Alfredo Mendes, são investigados por receber valores de empresas contratadas pelo município, incluindo valores relacionados à venda de notas fiscais falsas.
Ainda de acordo com a investigação, ela entrou para a chapa eleitoral com o objetivo de manter a influência de seu tio, Marlon Zerrão, que tinha uma forte ligação com o prefeito Paulo Curió.
A Justiça autorizou o bloqueio de R$ 9,4 milhões nas contas bancárias dos investigados. Segundo as investigações, o valor corresponde à diferença entre o montante inicialmente identificado e o total do prejuízo causado aos cofres públicos, que pode chegar a R$ 56,3 milhões.
As ordens foram expedidas pela 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão, por decisão da desembargadora Maria da Graça Peres Soares Amorim.
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De acordo com procedimento investigatório instaurado no GAECO, há indícios da prática dos crimes de organização criminosa, fraude à licitação, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro. As irregularidades teriam ocorrido durante a gestão do prefeito Paulo Curió.
As investigações apontam o envolvimento de diversas empresas, entre elas:
Posto Turi
SP Freitas Júnior Ltda
Luminer Serviços Ltda
MR Costa LtdaAB Ferreira Ltda
Climatech Refrigeração e Serviços Ltda
JEC Empreendimentos
Potencial Empreendimentos e Cia Ltda
WJ Barros Consultoria Contábil
Agromais Pecuária e Piscicultura Ltda
Além das empresas, pessoas físicas também são investigadas.
Durante a operação, equipes do GAECO estiveram na residência de Eustáquio Diego Fabiano Campos, em São Luís. De acordo com o grupo, ele é médico cirurgião e suspeito de participar do esquema.
Os documentos e equipamentos eletrônicos apreendidos serão analisados pelo GAECO e pelo Laboratório de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro (LAB-LD). O material vai ajudar a reunir provas para embasar a acusação contra os investigados.