O presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, reagiu com dureza às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva feitas nesta semana em Brasília, nas quais o petista ironizou o legado dos governos de Fernando Henrique Cardoso e de José Serra. Para Aécio, Lula tenta reescrever a história recente do país e age de forma desonesta ao reduzir administrações inteiras a ações pontuais.
Segundo o dirigente tucano, minimizar o governo Fernando Henrique Cardoso ao Plano Real ou limitar a atuação de José Serra à política de medicamentos genéricos ignora um conjunto amplo de iniciativas que transformaram o Estado brasileiro. Ele afirma que foi durante os governos do PSDB que o país estruturou políticas reconhecidas internacionalmente de combate ao HIV e à Aids, consolidou o Sistema Único de Saúde e instituiu a Lei de Responsabilidade Fiscal, marco fundamental para o equilíbrio das contas públicas.
Aécio também relembrou que programas como Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Auxílio Gás e o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil surgiram nesse período e posteriormente deram origem ao Bolsa Família. Além disso, destacou o fortalecimento do Benefício de Prestação Continuada, a criação do Fundef e a modernização do setor de telecomunicações, que ampliou o acesso da população aos serviços de comunicação.
Para o presidente do PSDB, essas ações não foram isoladas, mas parte de um projeto consistente que combinou responsabilidade fiscal com inclusão social, muitas vezes enfrentando oposição direta do PT, que tentou barrar ou desqualificar essas políticas no Congresso. Ele defende que o partido do presidente Lula deveria fazer uma autocrítica, lembrando posições históricas contrárias à Constituição de 1988, ao Plano Real e à própria Lei de Responsabilidade Fiscal.
Aécio sustenta ainda que sempre que o Brasil se afastou das diretrizes implantadas nos governos tucanos, o resultado foi negativo para o país. Em sua avaliação, mais uma vez o PT opta pelo populismo e pela demagogia como estratégia política.
O líder tucano afirmou que o PSDB sempre fez oposição ao PT por convicção, de forma firme e responsável, mas nunca atuou contra os interesses do Brasil. Segundo ele, diferentemente do discurso do “quanto pior, melhor” e das campanhas como o “Fora FHC”, o partido jamais tratou adversários como inimigos ou estimulou a polarização do “nós contra eles”.
Para Aécio Neves, governar exige memória, seriedade e respeito à verdade, valores que, segundo ele, têm faltado ao PT no debate político e na forma como o partido lida com a própria história recente do país.
