O deputado Requião Filho (PDT) se apresenta como candidato ao governo do Paraná, mas seu gesto mais contundente veio no almoço desta segunda-feira 17, quando reuniu na mesma mesa PDT, PT, PV, PCdoB, Rede e Psol para costurar uma geringonça capaz de disputar o Palácio Iguaçu em 2026 e romper a hegemonia conservadora no estado.
O encontro, realizado em Curitiba, foi marcado pelo clima de reconstrução estratégica. Os líderes partidários conversaram sobre programa mínimo, sustentabilidade da campanha, alianças regionais e palanques compartilhados com Lula. É o primeiro movimento público de um bloco que pretende se consolidar como alternativa à direita lavajatista e ao governismo fragmentado.
A fração extremista, puxada pelo senador Sergio Moro (União), tenta se estabelecer eleitoralmente no Centro Cívico. Enquanto isso, o grupo do governador Ratinho Júnior (PSD), com Alexandre Curi, Guto Silva e Rafael Greca liberados para testarem seus nomes até fevereiro, não consegue unificação. As três pré-candidaturas se atropelam e empurram o campo conservador para um cenário de racha definitivo.
O gesto de Requião Filho vem precisamente para preencher essa lacuna. O PDT busca retomar relevância estadual após a última eleição majoritária, enquanto o PT se reorganiza com Gleisi Hoffmann no ministério, Enio Verri na Itaipu Binacional, Arilson Chiorato na presidência do partido, e com força crescente nas cidades médias. Psol e Rede querem ampliar seu espaço no debate programático. PV e PCdoB compõem o núcleo de sustentação ambiental e social da frente.
O encontro desta segunda-feira sinaliza que 2026 poderá ser a eleição mais aberta em duas décadas no Paraná. A geringonça paranaense aposta no desgaste do lavajatismo, no enfraquecimento das máquinas estaduais e no retorno da competitividade progressista em todo o estado, especialmente em Curitiba, litoral e região Oeste.
Os articuladores avaliam que a falta de unidade à direita cria a primeira janela real para uma candidatura de centro-esquerda chegar ao segundo turno desde 2011. O projeto prevê programa único, comando compartilhado e uma campanha de alto contraste social, com foco em tarifas, energia, segurança pública, moradia e reconstrução do Estado social desmontado nos últimos governos.
A movimentação reforça o papel de Requião Filho como principal nome desse campo em 2026. O Blog do Esmael seguirá acompanhando a formação dessa frente que pode redesenhar o tabuleiro político paranaense.