Efeito Requião Filho: Deputados temem racha e cobram decisão de Ratinho Júnior para 2026
Deputados da base governista na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) vivem dias de apreensão com as escolhas de Ratinho Júnior, do PSD, para as eleições de 2026. Sem definição entre Guto Silva e Alexandre Curi, cresce o temor de racha e de efeitos devastadores nas urnas para quem sustenta o governador.
Esse “Efeito Requião Filho”, avaliam aliados, pode atrair nomes fortes para as proporcionais, reconfigurando as bancadas e até provocar renovação de até 70% no Legislativo paranaense, bem acima dos 44% registrados em 2022. “Tem muita gente no bico do corvo”, confidenciou ao blog um deputado governista, preocupado com a própria sobrevivência política.
Requião Filho “escolhe” Sergio Moro como principal adversário em 2026, e recíproca é verdadeira. Foto: montagem/Blog do Esmael
A apreensão se transformou em tensão aberta nos bastidores. O receio é que Ratinho escolha um nome incapaz de chegar ao segundo turno e, com isso, arraste para baixo a tropa fiel na ALEP. Há quem fale em risco de sublevação, tamanha a ansiedade.
Essa situação alimenta conversas sobre um segundo turno entre Sergio Moro, do União Brasil, e Requião Filho, caso o grupo de Ratinho rache.
Nos gabinetes, a pressão é pela candidatura de Alexandre Curi, presidente da ALEP. Ratinho, porém, sinaliza preferência pessoal por Guto Silva, secretário das Cidades. O problema é que o nome de Guto enfrenta resistências internas, inclusive entre aliados mais próximos de Ratinho, a chamada “República de Jandaia do Sul”, que também vê riscos nessa escolha.
Não é de somenos a pré-candidatura do ex-prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PSD), hoje secretário de Desenvolvimento Sustentável, que segue no radar como fator capaz de fraturar ainda mais o campo governista.
Cortejado por PP, Podemos e MDB, o ex-alcaide da capital testa sua viabilidade ao Palácio Iguaçu e mantém carta na manga: como já apurado pelo blog, aceita ser vice apenas de Alexandre Curi, jamais de Guto Silva. Greca já teria, inclusive, rechaçado insinuação de parceria eleitoral com o secretário das Cidades, deixando claro que seu projeto solo só naufraga se for para embarcar com Curi, não com o “candidato do coração” de Ratinho Júnior.
Curi aciona 2026 em Foz e pressiona sucessão. Foto: reprodução/AC
A tensão ficou evidente na quinta (30), em Foz do Iguaçu. Na Caravana Federativa e na plenária regional de Curi, o blog apurou clima de mobilização acelerada de prefeitos e líderes políticos, descrito por participantes como “pré-guerra”.
“Nós vamos para guerra com todos os seus horrores”, disse um prefeito aliado do presidente da ALEP, Alexandre Curi (PSD-PR), parafraseando o avô do deputado, Aníbal Curi, e resumindo o tom beligerante que circula entre líderes regionais frente à indefinição sobre a sucessão.
Sinais internos indicam que Ratinho só decidirá após março, quando abre a janela partidária e se encerra o prazo para desincompatibilização. Até lá, o silêncio do governador potencializa o alerta vermelho na base.
Portanto, a hegemonia do Palácio Iguaçu enfrenta o maior teste desde 2018. Deputados governistas, temendo naufrágio coletivo, exigem pragmatismo. Se Ratinho optar pela lealdade pessoal e não pela força eleitoral, poderá provocar um terremoto político no Paraná. Continue acompanhando essa treta política no Blog do Esmael.
Curi e Greca lideram comitiva em evento do Republicanos, em Brasília. Foto: reprodução/IG
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