A cidade de Palmas, que fica no sul do Paraná e é considerada a mais fria do estado, vai receber um novo complexo de parques eólicos capaz de gerar energia para cerca de 1,2 milhão de pessoas por mês através de vento.
O projeto recebeu neste mês a Licença de Instalação do Instituto Água e Terra (IAT), que autoriza o início da construção. Segundo a Vento Sul Energia, empresa responsável pelo empreendimento, a previsão é que as obras levem cerca de dois anos e gerem até 5 mil empregos diretos e indiretos.
Avaliado em R$ 3,5 bilhões, o complexo é considerado pelo Governo do Estado com um dos maiores investimentos privados em energia renovável do Paraná.
Este será o segundo empreendimento eólico da cidade. O primeiro, instalado em 1999 pela Companhia Paranaense de Energia (Copel), foi o primeiro da região Sul do Brasil. Vendido em 2024 para o Grupo Electra, da iniciativa privada, ele possui potência instalada de 2,5 megawatts (MW).
No novo projeto, a potência é 200 vezes maior: 500 MW. O empreendimento deve gerar aproximadamente 150 mil megawatts-hora (MWh) de energia elétrica por mês – volume suficiente para abastecer 300 mil domicílios, ou cerca de 1,2 milhão de pessoas.
Serão 72 turbinas de 7 MW cada, com torres de concreto de 160 metros de altura, distribuídas em sete parques eólicos que ocuparão cerca de 145 hectares, o equivalente a quase 200 campos de futebol.
Outra frente de trabalho da empresa envolve a conexão do futuro complexo com o Sistema Interligado Nacional (SIN), para a distribuição da energia gerada pelos ventos.
Para isso, será instalada uma linha de transmissão de 525 kV, ligando a Subestação Coletora de Palmas ao ponto de conexão da Eletrosul, no município vizinho de General Carneiro.
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Documentação
Com a emissão da Licença de Instalação, a Vento Sul Energia passa a ter autorização legal para iniciar as obras físicas do parque eólico, incluindo a implantação das torres, acessos, subestações e demais estruturas necessárias ao funcionamento do empreendimento.
Após a conclusão das obras, a empresa ainda deverá solicitar ao IAT a Licença de Operação, que autoriza o início efetivo da geração de energia. Até lá, seguem as etapas de execução, monitoramento e cumprimento das condicionantes ambientais estabelecidas pelo órgão licenciador.
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Ventos
Segundo o Atlas do Potencial Eólico do Estado do Paraná, desenvolvido pela Copel e pelo Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec), para que a energia eólica seja considerada tecnicamente aproveitável, é necessário que sua densidade seja maior ou igual a 500 W/m², a uma altura de 50 metros, o que requer uma velocidade mínima do vento de 7 a 8 m/s.
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O estudo é de 2007 e, segundo a Copel, o mais recente feito pela companhia sobre o assunto.
Ao g1, o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) explicou que as suas estações meteorológicas medem o vento a cerca de 10 metros acima do solo - bem abaixo das da Copel.
O recorde registrado pelo órgão em Palmas foi uma rajada de 98,3 km/h - o equivalente a 27,3 m/s.
 
Energia limpa
Em julho, o primeiro complexo eólico de Palmas foi abordado na série de reportagens especiais "Nosso Ambiente", da RPC, afiliada da TV Globo. Assista abaixo