Já passava das 15h30 desta quinta-feira (11) quando a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal atingiu os votos necessários para a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus acusados pela Procuradoria Geral da República de integrar o núcleo cerebral dos atos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.

Confirmando o que já era tido como líquido e certo desde a marcação das sessões de julgamento, a maioria pró-condenação (3 votos a 1) deu-se com o voto da ministra Cármen Lúcia, que, diferente de seu colega de STF Luiz Fux - que no dia anterior havia absolvido Jair Bolsonaro e outros cinco réus de todas as acusações e condenado apenas Mauro Cid e Braga Netto - entendeu que "arou-se um terreno social e político para semear o grão maligno da antidemocracia, tentando-se romper o ciclo democrático das quase quatro décadas".

"Desde 2021, novos focos de pesares sociopolíticos brotaram destas terras a partir de estratégias e práticas voltadas a objetivos espúrios, ou seja, exatamente o que foi denunciado. Práticas que comprometeram ou que se conduziram no sentido da tentativa de abolição do estado democrático de direito e de tentativa de golpe de Estado, numa sequência encadeada e finalística", sustentou a ministra.

Depois que Cármen Lúcia concluir o seu veredito foi a vez de Cristiano Zanin, que também optou pela condenação dos réus por todos os crimes de que são acusados. A etapa final, agora, é a definição do tamanho da pena de prisão de cada um, mas ainda há o recurso dos embargos de declaração.  (Foto: Divulgação AGBR)