As recentes movimentações de Ciro Gomes voltaram a mexer com o cenário político do Ceará e a despertar atenção nacional. O ex-ministro, que vive um desgaste público com o PDT, abriu conversas sobre uma possível volta ao PSDB, legenda onde iniciou a carreira.
A articulação, liderada por Tasso Jereissati e com sinal verde do presidente nacional do partido, Marconi Perillo, entretanto, esbarra em impasses de conjuntura e dilemas históricos.
Ciro deixou o tucanato em 1997 e, desde então, disparou críticas duras ao partido e a figuras como Aécio Neves.
O retorno implicaria mais do que mudar de legenda: exigiria recalibrar o discurso, absorver antigos desafetos como parceiros e acomodar novos aliados.
Este exercício, por sinal, ele vem tendo que fazer no Ceará, como a aproximação com Capitão Wagner e André Fernandes, antigos desafetos, em nome de uma “unificação da oposição” ao PT.
O dilema eleitoral do ex-ministro
A possível candidatura de Ciro ao governo em 2026, citada por aliados e ventilada nos bastidores, é um dos motores dessas articulações. O caminho, entretanto, está repleto de obstáculos: o ex-ministro enfrentaria a máquina liderada pelo governador Elmano de Freitas, aliado do presidente Lula, com estrutura robusta na Capital e no Interior.
Além disso, o ambiente nacional permanece incerto e cheio de arranjos em formação, o que dificulta uma tomada de decisão a esta altura.
Muita agitação, pouca definição
Certo, por ora, é que os movimentos de Ciro deram novo fôlego à oposição no Ceará, obrigando o PT e aliados a reforçarem suas estratégias de defesa.
Mas o dilema persiste: o ex-ministro está pronto para voltar ao PSDB e se lançar em uma disputa local? A resposta, ao que tudo indica, só virá com a clareza dos cenários nacional e estadual nos próximos meses.