PR aposta na troca do asfalto pelo concreto em suas rodovias
PR aposta na troca do asfalto pelo concreto em suas rodovias
Por Administrador
Publicado em 23/04/2025 10:19
GERAL

Maior durabilidade e segurança, menos emissão de CO2 com redução na média das temperaturas urbanas, alto potencial de reciclagem e garantia do bem-estar animal são apenas alguns dos benefícios ambientais do uso do concreto no lugar do asfalto na pavimentação de rodovias, uma espécie de aposta do momento do Governo do Paraná, onde 13 trechos e cerca de 340 quilômetros estão em execução ou planejados, com um investimento superior a R$ 1 bilhão.

Entre as estradas já pavimentadas com concreto estão a PRC-280, que liga o Oeste e ao Sudoeste do Estado, e a fase inicial da Rodovia dos Minérios, em Almirante Tamandaré. Outros projetos em andamento são o Corredor Metropolitano de Curitiba e as ligações entre Guarapuava e Turvo e Matinhos e Pontal do Paraná. E entre os já concluídos está a duplicação do Contorno Oeste, em Cascavel.

Coordenadora do setor de licenciamento e empreendimentos viários do IAT, Zilda Romanovski explica que a substituição da manta asfáltica por concreto otimiza a relação entre o meio ambiente e a urbanização e gera um impacto bem menor no clima. Segundo ela, a temperatura média de pistas asfaltadas gira em torno de 46ºC, cerca de 10ºC acima da temperatura média das pistas em concreto.

"A claridade do concreto reflete mais luz solar, ao contrário do asfalto, que a retém. Isso faz com que a temperatura de uma pista em concreto, por exemplo, fique na casa dos 36ºC, ou seja, consideravelmente mais baixa do que os pisos em asfalto", detalha.

Essa diminuição é essencial para combater o fenômeno chamado "ilhas de calor", concentrado em centros urbanos. "Com o resfriamento das vias o consumo de energia diminui, os riscos de incêndios florestais caem e a qualidade de vida da população melhora. Além disso, os animais silvestres que caminham pelas rodovias têm mais segurança e menos riscos de sofrer queimaduras", diz a técnica.

Chefe do escritório regional do IAT em Toledo, Volnei Bisognin ressalta que o projeto está em sintonia direta com as diretrizes ambientais estabelecidas pela ONU. "O Brasil tem metas ousadas para a redução do CO?, estabelecidas nos acordos da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2024. E, mais uma vez, o Paraná sai na frente ao priorizar o concreto em ligações rodoviárias importantes do Estado", destaca.

"Ao contrário da massa asfáltica, o concreto não leva petróleo, que é um dos responsáveis pela emissão de gases do efeito estufa, na sua composição. Assim, ecologicamente e economicamente, o concreto tem muito mais vantagens", acrescenta Bisognin.

"Realizamos um estudo em parceria com a Votorantim, utilizando a PRC-280 entre Palmas e o Trevo Horizonta, em General Carneiro, com análise dos dados pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV, levando em consideração desde a extração da matéria-prima até a manutenção da pista, anos após sua conclusão, que comprovou a vantagem do pavimento rígido quanto às emissões de CO?", revela o presidente do DER/PR, Fernando Furiatti. 

 

MAIS BENEFÍCIOS

Os benefícios da mudança vão além. A instalação otimizada e a produção do concreto consomem menos recursos não-renováveis que o asfalto. Além disso, ao não levar petróleo na combinação, reduz significativamente a emissão de gás carbônico, impactando na melhoria da qualidade de vida da população.

Já na parte da instalação, o concreto também requer uma escavação mínima, diminuindo os custos de movimentação do solo e a produção de resíduos. Além disso, uma grande vantagem desse tipo de pavimento é que é possível reciclar o concreto.

Um dos métodos da instalação é o chamado whitetopping, que consiste na aplicação de uma grossa camada de concreto por cima de uma manta asfáltica já existente. Essa técnica barateia a obra, além de torná-la ainda mais rápida e prática. (Foto: Divulgação DER/PR)

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