Publicado em 18/03/2025 por Administrador
O Partido dos Trabalhadores deve pedir a cassação do mandato do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e apresentar novas ações à Justiça para que ele responda no Brasil por seus atos. A informação foi confirmada a CartaCapital por Romênio Pereira, secretário de Relações Internacionais do partido e integrante da Executiva Nacional.
A decisão de Eduardo de se licenciar do mandato e permanecer nos Estados Unidos foi impulsionada por uma notícia-crime apresentada pelos deputados petistas Lindbergh Farias (RJ) e Rogério Correia (MG), que pediram ao STF a apreensão do passaporte do parlamentar e a abertura de uma investigação contra ele por supostamente articular, junto a congressistas norte-americanos, uma ofensiva contra a Corte.
O secretário entende que Eduardo tem agido nos Estados Unidos para constranger o Judiciário brasileiro, a partir de uma ação orquestrada para fustigar Moraes, relator de investigações sobre a trama golpista no governo Bolsonaro. O ex-presidente deve se tornar réu na semana que vem e responder a uma ação penal pela conspiração.
“Ele [Eduardo] talvez já esteja querendo abrir um caminho, talvez para tentar se esconder da Justiça brasileira nos Estados Unidos”, disse o secretário de Relações Internacionais do PT. “Uma situação não só dele, mas de outras pessoas da família.”
Por ora, o secretário não vê risco de que a articulação de Eduardo em Washington leve a uma interferência do governo de Donald Trump na eleição presidencial de 2026.
Há, porém, movimentações concretas em curso nos Estados Unidos para provocar Alexandre de Moraes. Em 26 de fevereiro, a Comissão de Justiça da Câmara norte-americana aprovou um projeto de lei que pretende barrar a entrada no país de autoridades estrangeiras acusadas de violar direitos garantidos pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA. O texto, intitulado “Sem censores em nosso território”, seguiu para o plenário.
Aliados de Bolsonaro esperam que a proposta, se aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos, impeça a entrada de Moraes no país, em resposta às decisões do STF de bloquear as plataformas X (já revogada) e Rumble.