A eleição municipal de Santa Helena, no Oeste paranaense, certamente será ainda mais "apimentada" que o habitual por conta de uma grande operação desenvolvida nesta quinta-feira (1º), pela Polícia Civil do Paraná, para cumprir nada menos que 22 mandados de busca e apreensão.
Os policiais estiveram em diversas secretarias da Prefeitura e em um gabinete da Câmara Municipal, além de empresas da cidade e da vizinha Missal, e apreenderam documentos e celulares por conta da suspeita de um milionário esquema de fraudes a licitações. Os nomes dos supostos implicados não foram divulgados, mas sabe-se que há ao menos um secretário municipal e um fiscal de obras entre eles.
"São licitações relacionadas a fraudes em processos licitatórios iniciados em 2017 e 2018 e que somaram cerca de R$ 14 milhões de gastos com esses serviços. Inclusive, durante a pandemia esses serviços continuaram", explicou o delegado Rogerson Salgado, chefe do núcleo de Cascavel da Deccor (Divisão Estadual de Combate à Corrupção), que comandou a operação.
Ainda segundo ele, as investigações sobre o caso começaram em 2020, com um pedido de abertura de inquérito policial do Gepatria (Grupo Especializado na Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa) do Ministério Público de Foz do Iguaçu.
As possíveis fraudes são relacionadas a contratos de prestação de serviços de preparação de atletas, arbitragem, aulas de violão, balé e viola, entre outros. "Foi apurado que boa parte dos serviços não foram prestados, inclusive foram pagos sem a devida documentação necessária conforme previsto em edital", acrescentou o delegado.
Além de fraude a licitação, se aplicam ao caso os crimes de falsidade ideológica, corrupção passiva, corrupção ativa, organização criminosa e lavagem de dinheiro. (Foto: Divulgação Polícia Civil)