Bolsa Família: de necessidade a farra com o dinheiro público
GERAL
Publicado em 22/07/2024

"Zombaria sobre algo ou alguém" é um dos significados apontados pelo dicionário Aurélio para o termo farra. Em sendo assim, farra também é definição adequada para a prática dominante de parcela considerável dos beneficiários do Bolsa Família, um programa criado para socorrer aos mais necessitados, mas transformado em símbolo da esperteza de uma verdadeira legião de praticantes do "quem pode mais, chora menos".

Neste mês de julho, por exemplo, o Governo Federal está desembolsando nada menos que R$ 14,1 bilhões para pagar o benefício a 20,8 milhões de famílias, que estão recebendo uma média de R$ 682,56 cada.

Só no Paraná há 620,9 mil famílias beneficiárias, o que contrasta com o fato de o Estado ter iniciado a semana com mais um recorde na oferta de empregos com carteira assinada: nada menos que 24,1 mil.

Mas como pode haver um número crescente de beneficiários do programa mesmo com tamanha oferta de empregos formais? Simples: como no restante do Brasil, no Paraná também há muita gente que prefere preencher as vagas informais a trabalhar fichados justamente para se beneficiar desse programa de distribuição de renda, que tem sido mais convidativo a cada nova eleição presidencial.

E de quem é a culpa por isso? Também dos praticantes da esperteza, claro. Mas principalmente de uma grande parcela dos governantes, dos que vivem nessa "ilha da fantasia" chamada Brasília aos que administram os menores municípios do País. De Brasília, porque o Governo Federal não faz questão de tornar o programa temporário para forçar os beneficiários a se qualificarem e se candidatarem a empregos formais. E dos municípios porque são as prefeituras que definem quem tem ou não o direito de virar bolsista, e neste caso o chamado "compadrismo" muitas vezes fala mais alto do que os critérios exigidos para que a pessoa se encaixar no CadÚnico. Até quando o País vai suportar essa desfeita? (Foto: Divulgação MDS)

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