Alerta ligado: Paraná terá quase 1/3 de idosos até 2050
POLITICA
Publicado em 17/05/2024

O rápido envelhecimento da população exige um novo olhar para as cidades, a sociedade e para políticas públicas voltadas às pessoas idosas. Se hoje essa discussão é destinada a 1,2 milhão de pessoas no Paraná, no futuro beneficiará a todos que chegarem à terceira idade. E não serão poucos: de 11,3% da população atual, para uma previsão de 30% dos paranaenses em 2050, representando 3 milhões de habitantes com mais de 65 anos.

Do cuidado com as calçadas ao impacto no sistema de saúde, a audiência pública "Longevidade e Desafios para as Políticas Públicas", realizada nesta quinta-feira (16) pela Assembleia Legislativa, evidenciou a necessidade de ampliar a percepção em relação às pessoas idosas e, especialmente, de incluí-las nos orçamentos municipal, estadual e federal.

"Aumentou muito o número de pessoas que vivem mais e todo mundo quer viver mais, porque a outra opção todo mundo sabe qual é", disse a proponente do encontro, deputada Márcia Huçulak. Líder do bloco da saúde, ela defendeu a necessidade de preparar as cidades e desenvolver políticas públicas para esse momento, em que o perfil da população mudou.

"Hoje. grande parte das pessoas idosas não tem oportunidade do lazer, do convívio. Isso gera o isolamento e faz com que elas tenham mais problemas de saúde, que vão demandar o sistema de saúde e a previdência social. Temos vários impactos e precisamos garantir bem-estar, qualidade nos vários serviços e dignidade para este nicho da população, o que exige ajustes nas políticas públicas já existentes e também novas políticas", acrescentou.

 

EM FRANCO CRESCIMENTO

Os números confirmam a necessidade de planejamento. O amplo crescimento da população idosa tem sido comprovado a cada censo demográfico, conforme citou o presidente do instituto Ipardes (Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), José Augusto Callado Afonso.

"Por isso as políticas públicas devem estar voltadas para a inserção dessas pessoas na sociedade, não só em forma de trabalho, como em forma de assistência à saúde, entre outras atividades. Então, é bastante oportuna essa audiência para criação de indicadores quanto à efetividade dessas ações", afirmou Afonso.

O cenário exige ainda mais atenção no Paraná, conforme explanou o diretor de pesquisa do Ipardes, Julio Takeshi Suzuki Jr. "Notamos uma mudança muito rápida na pirâmide etária, evidenciando o rápido envelhecimento da população. Para se ter uma ideia, em 2000 nenhum município paranaense tinha população de pessoas idosas superior a 20%. Em 2022, já eram 134 municípios com essa proporção", revelou. Atualmente apenas Itaperuçu e Fazenda Rio Grande têm uma proporção de pessoas idosas até 10%. 

De acordo com o mais recente Censo do IBGE (2022), o número de habitantes com 65 anos ou mais chegou a 10,9% da população no Brasil - ou 22,2 milhões de um total de 203,1 milhões de pessoas. É o maior porcentual desde que o Censo começou a ser feito, em 1872, e um crescimento de 57,4% em relação ao levantamento de 2010. No Paraná, são 1,2 milhão de pessoas - ou 11,3% em uma população total de 11,4 milhões.

 (Foto: Roberto Dziura Jr/AGBR)

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