Quarta-feira amanheceu nebulosa em Brasília, com risco de chuvas e trovoadas. Como sempre faço, acordei cedo para o trabalho. Tinha um convite para me reunir com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que estava conversando com pré-candidatos à Prefeitura de Curitiba. Tinha sonhado com meu pai, o velho Zé Richa.
Fui com a certeza de que, na política, assim como na vida diária de cada um de nós, a conversa sempre é bem-vinda. E sempre dialoguei com todos.
Muito bem recebido na sede do PL, fui convidado a me filiar ao partido. Em seguida, fui gentilmente recebido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Novamente pensei no sonho que tive com meu pai: a inércia é inimiga da política.
Não sou político iniciante. Sabia que qualquer passo que eu desse romperia o quadro de inércia que toma conta do panorama regional. E foi isso que fiz.
Procurei a direção nacional do PSDB logo na sequência. A reação, como esperado, foi impactante. Uma semana antes o partido havia dado uma carta de anuência ao deputado Carlos Sampaio, para sair do PSDB sem o risco de perder o mandato.
Mas no meu caso foi diferente. Recebi apelos para permanecer no PSDB. Fui lembrado das batalhas políticas e eleitorais que juntos enfrentamos nas últimas décadas.
Parecia óbvio, para meus amigos da direção do partido, que a minha saída poderia estimular outros filiados a fazer o mesmo. Prevaleceu o peso do compromisso com o PSDB, um partido que mudou o Brasil para muito melhor.
Ao adotar essa postura, o PSDB pratica a boa política, que faz uso de argumentos para o exercício de convencimentos.
O PSDB voltou ao noticiário nacional, e passou novamente a ter papel de relevância no tabuleiro político.
É nas crises que se aprende e que se reúne forças. Eu senti na carne e na alma isso. Fui massacrado por radicais com argumentos infundados, mas não desisti, e não desisto nunca.
Enfim, o velho Richa tinha razão. Política é movimento, seja no avanço ou no recuo.
Deputado federal Beto Richa
Pré-candidato a prefeito de Curitiba