Ex-governador do Paraná esteve com o ex-presidente Jair Bolsonaro nesta quarta-feira para selar filiação; no mesmo dia, seu atual partido decidiu não conceder cartas de anuência para políticos com mandato
O ex-governador do Paraná e deputado federal, Beto Richa, está de malas prontas para sair do PSDB e migrar para o PL, no intuito de disputar a prefeitura de Curitiba. O acordo foi selado entre ele e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma reunião que ocorreu em Brasília nesta quarta-feira. O plano, contudo, enfrenta um impasse: a reação tucana.
Também nesta quarta-feira, o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, e o presidente da federação PSDB-Cidadania, Bruno Araújo, se reuniram durante a noite e decidiram que não darão carta de anuência para nenhum deputado deixar o partido ou a federação.
Sem a liberação de sua atual sigla, Beto Richa perderia seu mandato. O caso também pode ser levado à Justiça, caso o parlamentar consiga demonstrar algum cerceamento por parte do PSDB. A posição ocorre após a saída do deputado federal Carlos Sampaio (PSD), que obteve carta de anuência, mas ainda pode ser alvo de ação judicial, já que seu suplente pertence ao Cidadania e pode pedir a cadeira.
A reunião entre Bolsonaro e Beto Richa foi organizada por Filipe Barros (PL). O ex-governador já havia se colocado como pré-candidato, mas sua ida para o PL faria com que sua campanha tivesse mais tempo de televisão e faturasse uma maior parcela do fundo eleitoral, já que o partido de Bolsonaro elegeu cinco vezes mais deputados que os tucanos.
A assessoria de Beto Richa nega que a saída do PSDB esteja definida.
Presidente do PL deixa cargo
A iminente chegada de Beto Richa provocou mudanças no diretório municipal de Curitiba. Em postagem nas redes sociais, o ex-deputado Paulo Martins anunciou nesta quarta-feira que deixou a presidência da executiva:
“Amigos, comunico a vocês que decidi deixar a presidência da executiva do PL de Curitiba. Agradeço à direção nacional e estadual pela confiança e também a todos os militantes que colaboraram até então. Que Deus abençoe o Brasil”, disse Martins.
O ex-presidente do diretório havia se colocado à disposição para concorrer à prefeitura pelo partido. Articuladores apontam que sua saída do cargo se deu após ter sido preterido.