Produção de biometano pode gerar receitas de R$ 200 bilhões em 2050
ECONOMIA
Publicado em 10/01/2024

biometano poderá superar o gás natural fóssil e tornar-se um combustível estratégico no Brasil. Essa é a avaliação da consultoria alemã Roland Berger, que aponta uma geração de receitas anual de R$ 200 bilhões em faturamento até 2050. Para que isso aconteça, é necessário que as estimativas saiam do campo teórico. Hoje, o potencial – mas não a produção de fato – é de 59 bilhões de metros cúbicos por ano, superior à produção real de gás natural fóssil, que alcançou os 50,3 bilhões de metros cúbicos em 2022. 

Da produção teórica de biometano, São Paulo é o estado com maior potencial produtivo anual: 18,1 bilhões de m³. Em seguida, vem Minas Gerais (7,5 bi m³), Goiás (6,9 bi m³) e Mato Grosso do Sul (4,7 bi m³).

A realidade atual mostra uma penetração tímida de mercado do biometano no Brasil: apenas 4%. Na avaliação da Roland Berger, esse percentual pode aumentar para 10% até 2030 e 50% até 2050. A demanda estimada está baseada na perspectiva de crescimento do gás natural renovável – principal mercado para o uso do biometano –, que pode atingir cerca de 80 bilhões de m³/ano até 2050.  

O que é biometano?

Para entender melhor: o biometano é um gás natural renovável, obtido a partir de resíduos orgânicos de várias origens, como atividades agroindustriais (esterco de boi, vegetais descartados e indústria sucroalcooleira, por exemplo), lixo gerado pelos centros urbanos ou proveniente de estações de tratamento de esgoto. A produção acontece a partir da purificação do biogás, uma mistura de gases que têm como origem o processo natural de decomposição de resíduos orgânicos em ambientes onde não há troca de ar – a digestão anaeróbica. 

 

Segundo o jornal Valor, entre os mercados potenciais para utilização do biometano estão o setor industrial com a geração de calor (caldeiras, fornos etc.); seguido pelo setor elétrico, especialmente, com as usinas termoelétricas, que podem substituir o gás natural convencional pelo biometano; e, finalmente, uma fração menor para o transporte – a frota brasileira movida a gás natural veicular (GNV) está em crescimento e é a quarta maior do mundo.

 

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